A nóvel freguesia de Abrunheira emerge da extinção da ancestral freguesia de Reveles pelo decreto 1533 de 8 de Março de 1928 anexando à área correspondente da extinta freguesia de Reveles a parte sul da Abrunheira, até então pertencente a Verride.
A ocupação nestes lugares verifica-se desde os tempos pré-históricos e romanos a avaliar pelo aparecimento de vasos e fíbulas romanas ou topónimos de baixa latinidade, como é o de "Rebelles" a aparecer assim grafado no ano de 1193 numa troca de herdades entre o mosteiro de Seiça e a Igreja de Santa Maria de Montemor. O foral manuelino cita o lugar de "Revelles". Nos primórdios do século XVIII moravam no lugar de "Revelles" 150 habitantes em "50 vizinhos". O "Paul de Revelles", couto do Bispo de Coimbra é objecto de "contrato amigável" a 1 de Fevereiro de 1536 entre o Bispo de Coimbra, D. Jorge de Almeida e os moradores e lavradores, liderados pelo fidalgo montemorense, André Juzarte Cavaleiro.
Em 1942 viviam na Abrunheira 1256 habitantes e existiam na freguesia 1 advogado, 1 agência funerária, 1 albardeiro, 1 alfaiate, 1 lagar de azeite (propriedade de José Ornelas Regalão), 6 agências bancárias e seguros, 3 barbeiros, 3 negociantes de fazendas, 1 ferrador, 1 médico 8Dr. José de Oliveira cardo Júnior), 1 padaria, 3 sapateiros, 1 farmácia, 3 professores, 10 mercearias, agentes de jornais, regedor (José de Oliveira Raínho), correio, Sociedade Filarmónica de Abrunheira, Caixa de Crédito Agrícola e Compromisso do Gado Bovino.
Eclesiasticamente a freguesia de Abrunheira é servida pelas paróquias de Nossa Senhora da Graça de Abrunheira e Nossa Senhora do Ó de Reveles cada uma com a sua igreja matriz.
A Abrunheira é uma aldeia interessante situada em local alteado, envolta em pomares e com excelente vista panorâmica sobre os campos de Mondego e Oceano Atlântico. Em 1747, era "um lugar pequeno da província da beira, bispado e comarca da cidade de Coimbra, arcediago de Penella, termo no crime de Montemor-o-Velho e o cível do couto de Verride; e he hum dos lugares de que se compõem este couto, he da freguezia de Reveles e tem huma hermida dedicada a S. João Baptista..."
No ano de 1854, o lugar dividia-se em 63 fogos para a freguesia de Reveles e 47 para a de Verride.
O topónimo é frequente na Galiza (Pontevedra) e deriva do substantivo masculino "abrunho" (fruto muito conhecido).
Ao longo dos séculos e por influência dos escribas o topónimo aparece grafado por "Brunhedo, Brunhido, Benuinhedo, Bruinheira, Bruinhedo, Abrunheira".
ALDEIA DE REVELES
Reveles, foi habitado nos tempos pré-históricos e durante a ocupação romana; a comprová-lo está o facto de terem sido encontrados fragmentos e vasos, fíbulas e ainda o tampo de um vaso fino com feição romana, achado a dois metros de profundidade.
Não havendo uma certeza histórica, as fontes populares dizem que o nome se deve à posição que ocupa no cimo do monte. De lá se "REVELA" uma vasta e deslumbrante paisagem. Possui um miradouro ímpar, de onde se pode observar praticamente todo o Baixo - Mondego e as mais diversificadas e belas paisagens desde o Oceano Atlântico à Serra da Estrela.
Avistando a Igreja de Reveles do alto mar, os pescadores das povoações vizinhas da Figueira da Foz, costumavam orientar-se pela sua brancura e faziam promessas, cujo pagamento realizavam, vindo em romaria rio Mondego a cima em seus barcos enfeitados, no dia da Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde.
ALDEIAS DE PRESALVES E CARRIL
Estas duas povoações foram habitadas nos tempos pré-históricos e devido à sua proximidade geográfica a sua história é consonante.
Presalves no ano de 1838 tinha como nome Peres Alves, existindo duas capelas, Na. Senhora do Rosário (que em 1721 integrava a paróquia de Verride e onde a 6 de Setembro de 1672, se iniciou um ciclo de enterramentos com o de João Lopez de Presalves) e a capela do Convento que hoje faz parte do património da Quinta do Outeiro. Esta capela assim como o Convento onde está integrada, embora mantendo sempre a traça de origem, têm vindo a ser beneficiados e adaptados às necessidades da vida moderna.